sexta-feira, 3 de setembro de 2010

A VERDADE VEM DO BANHEIRO

Existem pelo menos dois momentos em nossas vidas que nos tornam iguais uns aos outros. O primeiro deles é a morte. Sem mais delongas e dispensando todas as considerações religiosas que tal situação implica, verificamos que para quem partiu o tal nivelamento não é de grande valia. Já na segunda porém, desprezada situação, por acontecer em vida e, principalmente, por repetir-se milhares de vezes ao longo de nossa existência, acaba por não receber o devido reconhecimento de sua importância. É no banheiro que a verdade aparece. É no banheiro que a verdade está!
Quando sentamos solitariamente no vaso sanitário , as vaidades humanas, todas elas, perdem seu significado. Ricos, pobres, miseráveis, pessoas altas, baixas, magras, gordas, negros, brancos, amarelos, ateus, religiosos, heterossexuais, homossexuais... Chego a pensar que o mundo seria mais um lugar melhor, mais feliz, se as pessoas fossem mais ao banheiro. No banheiro não há lugar para mentiras. Não cabem convenções. Ficamos lá sozinhos, refletindo, sem mascaras, frente a frente com o nosso verdadeiro “Eu”. É impossível mentir no banheiro!
Sentados no banheiro somos todos iguais. Não importa se lá fora no mundo você tem cheque especial. Não importa a marca do seu carro ou mesmo se você possui um. Nem mesmo importa a grife da sua roupa, mesmo a de baixo. No vaso sanitário você esta só consigo mesmo. Você é só um individuo só.
Argumentemos. Por óbvio que existem banheiros de luxo, alguns com acessórios tais como televisão, vídeo cassete e farta literatura disponível. Com banheira de hidromassagem e tudo mais que o dinheiro possa comprar. Contudo, apesar do conforto, salvo as específicas situações que envolvem taras e perversões, todo este luxo é inútil. Você é você e ponto. Aqui não cabem máscaras.
As idas ao banheiro, aos vasos sanitários, são tão importantes para a humanidade, em sua maioria marcada por valores fúteis, que toda casa, por força de lei, deveria uma privada para cada membro da família. Vou ousar fazer uma afirmação: O indivíduo humano contemporâneo apenas existe como tal sentado no vaso e obrando!
Na próxima vez que você for ao banheiro, ao sentar no vaso, sente com respeito, um respeito religioso, e não tenha medo ou vergonha de refletir sobre o que você leu (ou está lendo) aqui. No banheiro não existem medos ou vergonhas. No banheiro não há lugar para mentiras. Não cabem convenções. No banheiro só existe a verdade. A sua verdade...

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