sexta-feira, 28 de março de 2014

HUMAN SMALL FABLE


PEQUENA FÁBULA HUMANA

Um pequeno homem consultando uma vidente foi informado que viveria mais cem anos.
A alegria da notícia rapidamente transformou-se em arrogância e o pequeno homem passou a desafiar a tudo e a todos na certeza de sua longevidade.
Trinta anos se passaram desde então e ele continua lá, em coma...

sexta-feira, 21 de março de 2014

REVOLUCIONÁRIOS


DO PRECONCEITO

A dor moral do preconceito sofrido dilacera a alma da vítima como um punhal a rasgar a carne. Ofende diretamente a todos.
A quem foi dirigido e a sociedade, tanto o grupo étnico específico, quanto aqueles que como nós se indignam visceralmente contra o ataque dito imaterial, quanto suas repercussões físicas mundo afora.
Somos todos negros, judeus, muçulmanos, índios, homossexuais, putas. Somos a Raça Humana.
A bofetada tem que ser social mesmo, geral. A condenação indulgente transforma a reprovação do ato em nada.
Não nascemos preconceituosos, a lição é passada culturalmente.
Outro dia li em uma entrevista com o antropólogo Kabengele Munanga, professor da USP, que argumenta que o racismo no Brasil é um crime perfeito.
Concordo. De fato o é. O a sociedade brasileira é co-autora, partícipe e cúmplice. Condenamos de público, mas inertes restamos.

LEITURA RECOMENDADA:

CHICKEN NO ÚRTIMO - CONSCIÊNCIA


segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

COLEIRA

Basta dar uma rápida leitura nos comentários postados no Facebook para ficar evidente a prática ostensiva e ferina de um bulling político, ressuscitando assim a velha prática da famigerada patrulha ideológica.  
 
Termos como "reaça", "coxinha" e tantos outros são arremessados contra qualquer um ao menor sinal de discordância do discurso militante orquestrado. O ato do livre pensar tornou-se um crime de lesa pá...tria. Recentemente um desses militantes de coleira ideológica atribui-me o surrado jargão de anti-comunista. De fato, comunista não sou, nunca disse que era.
 
Tenho também minhas dúvidas se o interlocutor que me qualifica o é. Decorar textos e mantras partidários e ser versados em autores marxistas não é suficiente, na minha opinião, para transformar qualquer um em comunista. Esta nova geração que devora livros e dogmas abriu mão do livre pensar e colocou-se aos pés de lideranças de atitudes questionáveis, não pelo seu discurso político, mas sim pelos seus criminosos atos.
 
Fundamentalistas que se tornaram, esses militantes de nada diferem dos adeptos da Jidah ou de certos cultos e seitas. Simplesmente abriram mão do seu livre arbítrio e colocaram sua inteligência, muitos de forma mercenária e recompensadora a serviço de déspotas corruptores. A independência crítica muitas vezes é o que resta como ferramenta para manter maus governantes nos limites da decência.
 
Ao vestir a coleira o militante abre mão de sua ideologia. Não é o militante que deve fidelidade ao seu líder. É o seu líder que deve fidelidade ao militante. Que triste...

LIFE'S A BITCH

Life's a bitch, if you want to fuck, pay the price. Or spend their existence masturbating and save your money ...

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

O PORTEIRO DE AUSCHWITZ

O PORTEIRO DE AUSCHWITZ

Dos demônios que nos habita, nenhum é mais cruel do que o da mediocridade...

Adolf, o porteiro, tinha suas próprias conclusões a respeito do que teria se passado nos campos da morte do regime nazista.
Não lhe restava dúvida alguma sobre a farsa transformada em tragédia pelos ignóbeis judeus.

Ah, esses judeus, sempre ardilosos e manipuladores, pior que eles, só os negros...
e homossexuais. Divertia-se imaginando um judeu negro e homossexual.

Para convencer e comover o mundo que os judeus eram capazes de tudo. Adolf, o porteiro, sabia de toda a verdade.

Eles, os malditos, em nome da usura, característica notória da espécie, provocaram deliberadamente a segunda guerra mundial e, como covardes que são, esconderam-se nos campos de concentração, verdadeiros Spas, onde freqüentavam animados bailes, concertos e bibliotecas da mais fina estirpe, enquanto suas crianças, cuidadas por zelosos oficiais da SS, freqüentavam luxuosas creches, ao tempo exato em que, a Alemanha nazista pagava o preço de uma violenta guerra causada pelos judeus e que veio a destruir o país.

Malditos judeus, malditos! Resmungava Adolf, o porteiro. Ele sabia que cabia a ele limpar a memória nazista maculada pela mentiras contadas pelos semitas.

E ele o faria munindo-se de farta documentação escritas pelos mais idôneos historiadores que ele pode encontrar e resgatar do limbo da internet. Passou então a divulgar a verdadeira história da segunda guerra mundial e dos campos de extermínio que os judeus tentaram esconder por anos.

Na verdade ele se via como um herói intelectual do reich hitlerista.

Mas nem tudo era fácil para o pequeno Adolf, o porteiro.

O braço judeu era longo e poderoso, e estava sempre criando constantes dificuldades para ele.

Assim ele entendia a razão dos seus fracassos. No entanto, apesar de tudo, nada o deteria, estava resolvido. Tinha consigo uma missão de vida.

Sonhava com a volta do regime nazista onde homens como ele tinham seu valor reconhecido.
Afinal, onde mais um fracassado como ele teria seu valor reconhecido?

Imaginava-se num uniforme negro, com duas caveirinhas na lapela, calçando duas botas de couro que prenderiam suas calças estufadas.

Talvez até deixasse crescer um pequeno bigode, assim, como se fosse uma homenagem.

Adolf, o porteiro, era assim. Um sonhador...
 


 


Dos demônios que nos habita, nenhum é mais cruel do que o da mediocridade...


 

                  

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

O OVO DA MINHOCA...

Três coisas definem um idiota e todos nós, sem exceção, carregamos pelo menos uma delas. Não vou facilitar para ninguém enumerando ou comentando qualquer uma delas. O preço da razão é a eterna vigilância!
 

Vivemos tempos difíceis. A propagada estabilidade econômica prostituída com financiamento público bateu de frente com a realidade de nossos gargalos sociais e econômicos e em conseqüência disso os protestos deixaram as redes sociais e ganharam as ruas.

O cidadão sem coleira partidária formou as primeiras multidões que encheram as ruas e nossos olhos. A democracia estava exposta a céu aberto. Assustados e finalmente sem palavras, os políticos assistiram o desfile pelas redes de televisão.
 

A ocasião faz o ladrão acreditam alguns e passado o primeiro impacto começaram a surgir bandeiras partidárias e grupos com seus integrantes usando máscaras. Os primeiros foram de cara hostilizados pelos manifestantes de primeira hora enquanto o segundo grupo passou sistematicamente a promover a violência, quebrando, depredando e enfrentando a polícia, que despreparada jogou todos os manifestantes na vala comum. Não temos uma polícia cidadã. Temos uma policia militar.
 

As manifestações não pararam e em cada uma delas surgia e surge ainda o grupo encapuzado, depredando, quebrando, enfrentando a polícia e agora, matando. 

A violência é o discurso do idiota. Nem sempre física, a violência encontra morada também nas palavras. Alias, registre-se, é por meio delas que o pensamento violento se reproduz e se propaga.
O idiota é o avatar perfeito para prática da violência gerada pelo ódio, este, o combustível do fracassado. Um fracasso não econômico necessariamente, mas com certeza como ser humano. 

O anonimato é em geral o uniforme do idiota que em tempos de redes sociais escapuliu de sua mediocridade individual e ganhou o mundo. A impunidade sugerida pelo anonimato despertou em alguns desses idiotas uma coragem que desconheciam para a vida.

Se na culta Europa a serpente bota seus ovos, em terras brasileiras as minhocas nada devem...

DEMÔNIOS INOCENTES

Dos demônios que nos habita,
nenhum é mais cruel do que minha inocência...

50 TONS DE CLOROFILA


O mundo não é mais o mesmo. A comunicação instantânea, redes sociais e ferramentas de busca e pesquisa mudaram para sempre o intelecto das novas gerações, para pior, óbvio!   

Deste surrado avatar que habito a cinqüenta e quatro anos vislumbro admirado, a capacidade, ou como queiram alguns, a falta desta, de interpretar. Imagino se ainda é possível aos publicitários passar mensagens subliminares.

O entendimento de metáforas de baixa complexidade se tornou um exercício inexpugnável para um exercito de formadores de opinião em blogs e afins.

Ler um texto não significa necessariamente entender o texto. A metalinguagem se tornou uma ciência morta. Significado e significante nada mais significam! Estamos na era da semiologia radical, somente sobreviveram os símbolos de forma chapada e objetiva.

Imagino o problema quando médiuns tentarem psicografar mensagens enviadas do além, resumidas a conceitos quase rupestres, .

Não existem saídas mágicas para reverter esta situação e o caminho da educação é lento e gradual.

Pode-se até ensinar alguém a ler e escrever em poucos dias, no entanto, ensinar a compreender e entender o que se esta lendo demanda muito mais tempo e, infelizmente, a vontade de querer fazê-lo.

Vale lembrar que existem mais de 50 tons de clorofila, não é necessário que analfabetos funcionais morram de fome aos milhares. Basta entender a variação do capim na escala tonal...

Gustavo Durlacher