segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

COLEIRA

Basta dar uma rápida leitura nos comentários postados no Facebook para ficar evidente a prática ostensiva e ferina de um bulling político, ressuscitando assim a velha prática da famigerada patrulha ideológica.  
 
Termos como "reaça", "coxinha" e tantos outros são arremessados contra qualquer um ao menor sinal de discordância do discurso militante orquestrado. O ato do livre pensar tornou-se um crime de lesa pá...tria. Recentemente um desses militantes de coleira ideológica atribui-me o surrado jargão de anti-comunista. De fato, comunista não sou, nunca disse que era.
 
Tenho também minhas dúvidas se o interlocutor que me qualifica o é. Decorar textos e mantras partidários e ser versados em autores marxistas não é suficiente, na minha opinião, para transformar qualquer um em comunista. Esta nova geração que devora livros e dogmas abriu mão do livre pensar e colocou-se aos pés de lideranças de atitudes questionáveis, não pelo seu discurso político, mas sim pelos seus criminosos atos.
 
Fundamentalistas que se tornaram, esses militantes de nada diferem dos adeptos da Jidah ou de certos cultos e seitas. Simplesmente abriram mão do seu livre arbítrio e colocaram sua inteligência, muitos de forma mercenária e recompensadora a serviço de déspotas corruptores. A independência crítica muitas vezes é o que resta como ferramenta para manter maus governantes nos limites da decência.
 
Ao vestir a coleira o militante abre mão de sua ideologia. Não é o militante que deve fidelidade ao seu líder. É o seu líder que deve fidelidade ao militante. Que triste...

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