sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

O PORTEIRO DE AUSCHWITZ

O PORTEIRO DE AUSCHWITZ

Dos demônios que nos habita, nenhum é mais cruel do que o da mediocridade...

Adolf, o porteiro, tinha suas próprias conclusões a respeito do que teria se passado nos campos da morte do regime nazista.
Não lhe restava dúvida alguma sobre a farsa transformada em tragédia pelos ignóbeis judeus.

Ah, esses judeus, sempre ardilosos e manipuladores, pior que eles, só os negros...
e homossexuais. Divertia-se imaginando um judeu negro e homossexual.

Para convencer e comover o mundo que os judeus eram capazes de tudo. Adolf, o porteiro, sabia de toda a verdade.

Eles, os malditos, em nome da usura, característica notória da espécie, provocaram deliberadamente a segunda guerra mundial e, como covardes que são, esconderam-se nos campos de concentração, verdadeiros Spas, onde freqüentavam animados bailes, concertos e bibliotecas da mais fina estirpe, enquanto suas crianças, cuidadas por zelosos oficiais da SS, freqüentavam luxuosas creches, ao tempo exato em que, a Alemanha nazista pagava o preço de uma violenta guerra causada pelos judeus e que veio a destruir o país.

Malditos judeus, malditos! Resmungava Adolf, o porteiro. Ele sabia que cabia a ele limpar a memória nazista maculada pela mentiras contadas pelos semitas.

E ele o faria munindo-se de farta documentação escritas pelos mais idôneos historiadores que ele pode encontrar e resgatar do limbo da internet. Passou então a divulgar a verdadeira história da segunda guerra mundial e dos campos de extermínio que os judeus tentaram esconder por anos.

Na verdade ele se via como um herói intelectual do reich hitlerista.

Mas nem tudo era fácil para o pequeno Adolf, o porteiro.

O braço judeu era longo e poderoso, e estava sempre criando constantes dificuldades para ele.

Assim ele entendia a razão dos seus fracassos. No entanto, apesar de tudo, nada o deteria, estava resolvido. Tinha consigo uma missão de vida.

Sonhava com a volta do regime nazista onde homens como ele tinham seu valor reconhecido.
Afinal, onde mais um fracassado como ele teria seu valor reconhecido?

Imaginava-se num uniforme negro, com duas caveirinhas na lapela, calçando duas botas de couro que prenderiam suas calças estufadas.

Talvez até deixasse crescer um pequeno bigode, assim, como se fosse uma homenagem.

Adolf, o porteiro, era assim. Um sonhador...
 


 


Dos demônios que nos habita, nenhum é mais cruel do que o da mediocridade...


 

                  

Nenhum comentário:

Postar um comentário