sábado, 4 de setembro de 2010

CONVERSA DE CORPO

Eu cheiro você, eu sinto seu medo
Não tem dor como a incerteza
Você pode não me ver
Mas pode me sentir
Faça isto, faça isto, por favor faça-me viver
Deixe minha alma ir para as estrelas
Eu não preciso dela agora
Nossos corpos são suficiente para mim
Conte seus segredos
Não importa , eu descobrirei
Em nossa conversa de corpo

Conversa de corpo
Conversa de corpo
Nenhuma palavra, nenhuma alma
Apenas uma conversa de corpo


O prazer é nosso idioma
E o mel é nosso sangue
Nos modos de seu corpo
Eu perdi minha razão
E eu encontrei minha loucura
Minha língua percorre você
Enquanto você delira
Em um delírio de suor, de prazer
Nós buscamos a perfeição
Eu conheço seu corpo
E você conhece o meu
Porque nós temos já conversamos

Conversa de corpo
Conversa de corpo
Nenhuma palavra, nenhuma alma


Apenas uma conversa de corpo

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

BODIES CONVERSATION

I smell you, I feel the fear
Have no pain like the uncertain
You can’t see me
But you can feel
Do it, do it, please make me live
Let my soul go to the stars
I don’t need she now
Our bodies are enough for me
Tell me yours secrets
It does no matter, I will discover
In our bodies conversation
Body to body
Bodies conversation
Body for body
Bodies conversation
No words, no souls
Just a bodies conversation
The pleasure is the language
And the honey our blood
In the ways of your body
I lost my reason
And I found the madness
My tongue runninged through you
While you raved
In a sweat delirium and pleasure
We seek the perfection
I know your body
And you know mine
Because we have already bodies talked

NÃO EXAGERE!

A TV não te vê
Frio na barriga não refresca
Ficar puto não é vender o corpo
Morrer de alegria não mata ninguém
Pular a cerca não é atalho de porteira
Dormir como um anjo não te dará asas
Entregar o ouro não é transferir riqueza
Chorar feito uma criança não te infantiliza
Morrer de amor não faz de você um cadáver
Ficar com o coração na boca não é falar de amor
Ficar de quatro não te transforma num quadrúpede
Ir à puta que o pariu não fará de sua mãe uma vadia
Peidar feito um cavalo não te transforma num bucéfalo

VOZES NA MINHA CABEÇA

Eu ouço vozes
Na minha cabeça
Olho ao redor
E não vejo ninguém
Busco um sentido
Para minha vida
Olho, não vejo
Ouço, não escuto
Entendo, não compreendo
Vida é viver
Minha voz me abandonou
Foi falar em outras cabeças
Eles escutam a minha voz
Que se calou para mim
Eu ouço vozes
Que não são minhas
Olho, não vejo
Ouço, não escuto
Entendo, não compreendo
Vida é viver
Bom para mim
Que eu não me escute
Não me veja
E não me compreenda
Que de outro eu seja
A consciência
Olho, não vejo
Ouço, não escuto
Entendo, não compreendo
Vida é viver

ORA DIREIS AMAR ESTRELAS

Quando você era estrela

E brilhava no espaço
Sua luz distante me guiava
Seu lugar é no espaço,
Que existe entre nós

Não se alcançam estrelas
Minha vida era noite
Mas era iluminada
Seu lugar é no espaço,
Que existe entre nós


Porque eu fui te buscar?
A claridade me cegou
E me fez enxergar
A distância entre nós
Seu lugar é no espaço,
Que existe entre nós


Tentei te devolver
Não encontrei o seu lugar
Acordei sem ter dormido
Não sonho mais, não com você
Seu lugar é no espaço
Que existe entre nós

Desisti das estrelas
Quero Carne e osso
Poder tocar, poder sentir
Seu lugar é no espaço,
Que existe entre nós


Quero de volta as noites
Com a Lua e as estrelas
Para abraçar o meu amor

INDIFERENÇA

Eu estava doente.
Uma doença chamada indiferença.
Eu não me importava.
Era como se não fosse comigo.

VIRGEM COMO EU

Iguais em nossas diferenças
Não fazemos parte da multidão
Somos mais um a procura de um
Com as mesmas diferenças
A metade de nós mesmos
Virgem como eu
Diferente como nós
Somos imagens espelhadas
Inversos que se completam
Mas o relógio desaprova
Enquanto deslizamos para o incerto
Ao acaso cabe à vontade
A mim cabe o desejo
Da minha metade
Virgem como eu

GOTAS

Quando a noite vier
Não importa
O dia se foi
Gota por gota
Como lágrimas
Como chuva
Quando o dia vier
Não importa
A noite se foi
Gota por gota
Como lágrimas
Como chuva

SEI LÁ...

Na trilha do sol fiquei bronzeado

No caminho da lua fiquei iluminado
Na próxima vez fico em casa

PRESUMO

TE PRESUMO INOCENTE
COMO MANDA A LEI;
DESFIGURANDO A CRENÇA
DO SEI PORQUE SEI.
DIVIDIMOS NAS RUAS
TAL ALEGAÇÃO;
DIVIDIMOS SOZINHOS
UMA MESMA SOLIDÃO.
DIGO INSEGURO,
SE VIZINHOS SOMOS,
PÔR QUE O MURO?
TE PRESUMO INOCENTE
POR QUE MANDA A LEI;

PENSAR

Quando mais eu penso, mais eu removo eu mesmo da razão. A razão é lógica, incompatível com pensar. A razão é instinto, devia ser. Pense ser para sentir.



A VERDADE VEM DO BANHEIRO

Existem pelo menos dois momentos em nossas vidas que nos tornam iguais uns aos outros. O primeiro deles é a morte. Sem mais delongas e dispensando todas as considerações religiosas que tal situação implica, verificamos que para quem partiu o tal nivelamento não é de grande valia. Já na segunda porém, desprezada situação, por acontecer em vida e, principalmente, por repetir-se milhares de vezes ao longo de nossa existência, acaba por não receber o devido reconhecimento de sua importância. É no banheiro que a verdade aparece. É no banheiro que a verdade está!
Quando sentamos solitariamente no vaso sanitário , as vaidades humanas, todas elas, perdem seu significado. Ricos, pobres, miseráveis, pessoas altas, baixas, magras, gordas, negros, brancos, amarelos, ateus, religiosos, heterossexuais, homossexuais... Chego a pensar que o mundo seria mais um lugar melhor, mais feliz, se as pessoas fossem mais ao banheiro. No banheiro não há lugar para mentiras. Não cabem convenções. Ficamos lá sozinhos, refletindo, sem mascaras, frente a frente com o nosso verdadeiro “Eu”. É impossível mentir no banheiro!
Sentados no banheiro somos todos iguais. Não importa se lá fora no mundo você tem cheque especial. Não importa a marca do seu carro ou mesmo se você possui um. Nem mesmo importa a grife da sua roupa, mesmo a de baixo. No vaso sanitário você esta só consigo mesmo. Você é só um individuo só.
Argumentemos. Por óbvio que existem banheiros de luxo, alguns com acessórios tais como televisão, vídeo cassete e farta literatura disponível. Com banheira de hidromassagem e tudo mais que o dinheiro possa comprar. Contudo, apesar do conforto, salvo as específicas situações que envolvem taras e perversões, todo este luxo é inútil. Você é você e ponto. Aqui não cabem máscaras.
As idas ao banheiro, aos vasos sanitários, são tão importantes para a humanidade, em sua maioria marcada por valores fúteis, que toda casa, por força de lei, deveria uma privada para cada membro da família. Vou ousar fazer uma afirmação: O indivíduo humano contemporâneo apenas existe como tal sentado no vaso e obrando!
Na próxima vez que você for ao banheiro, ao sentar no vaso, sente com respeito, um respeito religioso, e não tenha medo ou vergonha de refletir sobre o que você leu (ou está lendo) aqui. No banheiro não existem medos ou vergonhas. No banheiro não há lugar para mentiras. Não cabem convenções. No banheiro só existe a verdade. A sua verdade...

EGO

A importância que não te dou, é a mesma que achas que possui.
Tuas amargas palavras, empilhadas, fizeram em torno de ti um muro.
Melhor aproveitadas seriam, se delas fizesse um novo caminho.
Muro? Para quê? Não tens vizinhos.
Para isolar-te?
Desvia o olhar do teu umbigo por uma fração de tempo e olha a tua volta, não poderia estar mais deserto e vazio do que tuas insignificantes palavras.
A solidão que se auto-infligiste não é teu castigo, é antes, o caminho que escolheste para trilhar. Ainda que caminhes em círculos. Pequenos círculos.
Surpreende-me achar que me causou algum impacto.
Ofende-me teu pedido de desculpas.
Delírio imaginar que construímos um elo.
Aprende: somente somos magoados por quem nos é caro, ou pelo menos respeitamos.
Segue logo criatura sua trilha ao redor do teu ego.
Quando, e se não mais suportares, afasta-te de ti mesma e reencontra-te com a vida, a que resta dela.
Segue na certeza de que não mais nos encontraremos.
Não temos apenas caminhos diferentes, temos mundos diferentes.
A nossa breve convergência foi fruto do acaso, não da intenção.
E é ela, a intenção, a mais sólida garantia de que não mais cruzaremos nossos mundos novamente.

BOTÕES

No elevador, se não apertar o botão, você não vai a lugar nenhum...
No interfone, se não apertar o botão, você não fala com ninguém...
No casaco, se não apertar o botão, você passará frio...
No computador, se não apertar o botão, ele não ligará...
No forno microondas, se não apertar o botão, ele não funcionará...
No vaso sanitário, se não apertar o botão, como aliás você tem feito, a merda não irá...
Não tenha medo de apertar o botão, a guerra fria já acabou. Você não vai explodir o mundo.
Não vai provocar nenhuma tragédia e não seremos mais obrigados a sentir sua presença, mesmo quando a maior parte de você já se foi...
Mas lembre-se: Nem sempre apertar o botão é contrair o esfíncter!



Contudo, se você quiser e for ambidestro, esteja desde já autorizadoà fazer as duas coisas simultaneamente...

MINUTO PERDIDO

Você pode me estragar um minuto.
Você até pode me estragar dez minutos.
Mas você não pode estragar o meu dia!
Porque ele não te pertence.
Assim como você não pertence a minha vida!

ESQUECER

Minha memória não anda lá essas coisas. Com algum esforço lembro do que não devo esquecer. Esquecer o quê mesmo? O que fiz? O que deixei de fazer? Afinal, quem se importa? Não deixa de ser incrível a capacidade humana no exercício da memória seletiva onde a conveniência é o determinante máximo e, sem o menor constrangimento, faz-se o uso teleguiado de retalhos de realidade, costurando uma nova verdade tal é qual uma formosa colcha. O esquecimento conveniente é disseminado aos desavisados, que apenas se lembrarão que algo mais ou menos assim aconteceu ou não, muito embora por vezes sejam invocados a testemunhar. O caminho do esquecimento é paralelo ao das memórias. Já foi dito que a verdade é relativa e a mentira absoluta. Contudo, uma verdade construída por retalhos intencionalmente selecionados forma a realidade de um Frankenstein. O esquecimento tem propriedades terapêuticas quando utilizado nas medidas certas. A manipulação intencional da memória faz do esquecimento um veneno. Que não se confunda a valoração de nossas lembranças de acordo com nossos próprios paradigmas, quando desprezamos ou mesmo descartamos recordações. Esse é um direito inalienável fundado no livre arbítrio. Esquecer é uma ferramenta humana e construir memórias uma conveniência...

LINHA DA VIDA

A linha da vida não é uma linha. Não existe roteiro pré-estabelecido. Não tem bula. Não tem cronograma. Acho até que por vezes não tem sentido. Início e fim? Tem quem diz que também não tem. Nasci, fui criança, me tornei adulto, estou envelhecendo. Não existe linha da vida. Existe vida. Cada dia é um começo sem ser início. Vidas se cruzam. Dor e sofrimento são arestas da felicidade. Nós humanos não a entendemos e tão pouco a sentimos sem referências que nos permitam distingui-la. Buscamos encontrá-la em algum destino em quando a percorremos alheios. Há quem imagine poder comprar, trocar e até construir a felicidade. Não existe linha da vida. Momentos se sucedem, a vida não. A somatória desses momentos compõe a vida, não a linha da vida, que, aliás, não existe. Nunca é tarde ou cedo para fazer ou deixar de fazer algo e olhe que nunca é muito tempo! O amor é uma mentira que não nos contaram, mas que acreditamos com todas as nossas forças. O ódio é uma verdade que nos ensinam. A linha da vida não é uma linha...

FORMULA PARA VIAJAR NO TEMPO!

Da = d+T*(∞-1)





sendo que:


T = E – E
   0    


 
d = X1 – X2

 
E = M.C²














FELICIDADE

Felicidade.
Que catso é isso?
Não é destino.
Não é mercadoria.
Não é presente.
Não é futuro.
Passado?
Não é mensurável.
Porra!
Achava que era caminho.
Não é!
Quem pode descrevê-la?
Quem pode explicá-la?
É um estado de espírito?
Se for, por que invariavelmente dependemos da dor para nota-lá?
Há quem a prometa.
A quem acredite poder atingi-la.
Há quem espera ganha-la e pasmem, quem acredite poder comprá-la.
Felicidade é ser feliz.

BACK MENINA

LETRA: Gustavo Durlacher / MÚSICA: Ricardo Magalhães Guerra
Disponível : http://www.youtube.com/watch?v=rXuqUT3brL0

Quase na esquina
Deitada na seda
Quando virou fumaça virou minha cabeça

Back menina, back mulher
Que faz presença rodando de mão em mão
Back menina faz fumaça da razão

Só depois que te fumei
Percebi que me perdi
Passando de mão em mão
Virou ponta o meu coração

Back menina, back mulher
Que faz presença rodando de mão em mão
Back menina faz fumaça do meu coração

Eu te busquei na boca
Você me entrou pela cabeça
Se o amor aceso roda
Volta logo, não me esqueça

Larguei você sozinha
Quase eu rodei na tua mão
Não encarei te dispensei
O teu amor é uma prisão

Back menina, back mulher
Que faz presença rodando de mão em mão
 Back menina faz fumaça da razão

Back menina, back mulher
Que faz presença rodando de mão em mão
Back menina faz fumaça do meu coração

SOBRE CAGADAS...

SE PARA UMA CAGADA BASTA UM CÚ.
PARA DUAS TAMBÉM...

A COR DE UMA CONSCIÊNCIA

Um dia, um feriado. Uma cor para a consciência. Orgulho de raça? Vergonha para a Humanidade já tão dividida por etnias, credos, economias, cores e, mais recentemente, cotas. Dignidade não se resgata por meio de cotas. O preconceito é ignorância. Ignorância não se extirpa com lei, apenas a entranha. Ignorância se resolve com educação; não educação formal ou erudita, apenas educação.
É justa a preservação de nossa herança cultural. Nossa sim! A estupidez humana é um fardo coletivo e ninguém está imune a ela. Toda vez que nos omitimos frente a ela, protelamos o direito da dignidade a todos e a arrancamos de quem a possui.
A carga de ódio atinge negros, brancos, árabes, asiáticos, indígenas, judeus, mulheres, homossexuais. Todos são vítimas. Todos são agentes.
Consciência não tem cor, vergonha tem. Preconceito não é herança genética, é herança cultural. Não dê cor a sua consciência...

Crê na inexistência,
Crença.
Inexistência exige fé.
Exigir pressupõe condição.
Condição é fato.
Nem sempre real...
Fato, realidade concreta.
Realidade, às vezes, exige fé...
Talvez você exista...
Talvez não.



Depende de sua fé...

ANIMAL

Natureza Humana.
Fome, sede e sexo...
Liberdade e desejo encarceram.
Regras humanas para fome, sede e sexo.

Regras dos Homens...

Longe do natural,
Distante do instinto?
Liberdade, quem diria...


Exige regras!

Sede, desejo e sexo...
Oportunidade
O que eu fiz com a fome?

Oportunidade...


Natureza humana
Nos afasta do instinto
Nos aproxima,


Nos prende...


Antes só, que livre.
Animal...

A LUZ QUE ALUMEIA

Vela acesa de dia,
Luz não notada.
Desnecessária?
O resultado determina...
Ninguém notará.
Você somou...
Contribuiu?
Iluminou.
Não notaram,
Era dia...
Perceberam a luz,
Vela acesa de dia.
Não enxergaram você,
Quer então a escuridão?

PARA ONDE?

Se que andei,
Sei, porque estou cansado.
Quilômetros...
Muitos,
Talvez milhares.
Minhas calejadas solas são testemunhas,
Suei...
Terei andado em círculos?

FODA-SE A POESIA

Batatinhas quando nascem;
A lua quando desponta;
Ora direis qualquer merda,
Se desperta o coração,
Morra poeta, apodreça!
O mundo é sujo? Limpe!
Etéreo é a puta que o pariu...
Buscas poesia? Otário!
Foda-se a poesia...
Foda-se você!

DESENCANTO

IA EU A POESIA
NÃO VÔO MAIS
POIS EU IA!
NÃO VOU MAIS...
POESIA?
NÃO VOA MAIS.

PASSIONAL

CRIATURA LINDA
COM PELE DE MEL
UM PESCOÇO MACIO
AONDE,
APERTANDO MINHAS MÃOS
FAREI DOS TEUS OLHOS
CHEIOS DE VIDA
DOIS LINDOS PENDURICALHOS

PEQUENAS MORTES

A morte não pede desculpas,
Mas, afinal, quem pediu?
Viver um dia de cada vez,
Pois sim...
Experimente viver dois!
E o que fazemos no intervalo?
Pequenas mortes para pequenas vidas.

FAÇA-SE A LUZ

Se aceitarmos, como comungo, que a Dignidade da Pessoa Humana é uma derivação lógica da elevação do pensamento e não um tributo inerente a natureza humana, forçosamente entenderemos que na medida em que nos afastamos de nossos instintos animais básicos, mais e mais estaremos aceitando que a evolução da espécie se dará pelo coração e não pelos avanços genéticos.
Darwin não estava errado, os indivíduos fortes sobrevivem se adaptam e se perpetuam. Mas não é disso que estamos falando aqui. A questão abordada passa ao largo do individual e próxima do indivíduo pressupondo que cabe ao forte mais do que a mera perpetuação ou supremacia. Resumirmos-nos a isso seria o corolário da estupidez nazista.
A compaixão exige força, não àquela que nos perpetua e sim a que no distinguiu no mundo animal. Força moral resulta da mencionada elevação do pensamento, este, disponível a qualquer um que se disponha. Não se confunde com julgamento moral, seja ele fundamentado em credos ou regras sociais. Ao contrário, trata-se da abolição dessas valorações em face do direito de ser, pensar e expressar, atrelados as condições que os garante.
Dignidade da Pessoa Humana é isso, uma plêiade de conceitos desaguando no indivíduo, tal e qual um prisma que nos mostra que a soma de todas as cores que compõe a luz é que clareia as trevas...

SECO

Quem enxuga minhas lágrimas?
O tempo!
Mas o tempo seca, não enxuga,
Secas, não enxutas...
Caminhos diferentes
Enxutas ou secas
Chorei o tempo, lágrimas
O tempo secou
Chorei sozinho
Sozinho sequei
Tal a lágrima
Que o tempo secou
Seco fiquei
Ninguém enxugou minhas lágrimas...

PERFEIÇÃO

Perfeição

Mentira buscada
Não merece fé
Ninguém é perfeito
Falhas houve
Haverão de haver
Perfeição?
Podemos construí-la
Na medida em que nos enganamos
Ninguém é perfeito
Mentiras podem ser contadas
Podem ser moldadas, aceitas
Mentira construída de pequenas verdades
Pequenas verdades?
Ninguém é perfeito
Eu sou...

NEM SEMPRE QUEM CALA CONSENTE

O silêncio me contou
Pequenas verdades
Que teimei acreditar
Cadê minhas mentiras?
Só escuto o que quero
Nas Palavras que enganam
O silêncio me contou
Pequenas verdades
Nem sempre quem cala consente
Cadê minhas mentiras?
Que fiz das palavras
Que morreram no silêncio
Nem sempre quem cala consente
Pequenas verdades
Só escuto o que quero
Matei o silêncio
Para onde foram minhas mentiras?
Me calei...

AS CORES DA REALIDADE

Não fez, nem nunca fará diferença, pelo menos para mim, a palavra de ordem da maioria como influência em minhas decisões. Não se trata de certo ou errado, do bem ou do mal. A questão é paz de espírito mesmo. Felizmente sei conviver comigo mesmo sem maiores turbulências. Passei a maior parte da vida incomodando mais do que sendo incomodado. Aceito os fatos e não acredito em atos. Contra fatos não se tem argumentos já disseram. Argumentos? Sei lá que porra é essa! A interpretação do óbvio trás os mais intrigantes argumentos. São meras ferramentas de convencimento da razão que não se tem. Fatos de interesse são acompanhados de bulas explicativas que buscam aprisionar o livre pensar. Estas bulas se apresentam na palatável forma de versão. Saem para o mundo por editoriais, formadores de opinião (preste atenção), rádio peão e no maravilhoso mundo virtual. Daí que para a versão virar palavra de ordem da maioria é um mero processo de construção da realidade real para a realidade formal. Assim, o vermelho pode ser azul ou amarelo, bastando para isso que não seja negado. Hoje, como todos os dias, vivo em paz comigo mesmo. Essa é a minha riqueza. Esse é o meu fato...

MORRA SORTE

CHEGUEI ESTAVA LÁ

DIZENDO QUE SAIU

SEM HORA PARA VOLTAR

A PUTA QUE O PARIU

TÔ FORA DA ESTRADA

NEM QUERO MAIS SEGUIR

INVENTO MEU DESTINO

É MAIS FÁCIL ACREDITAR

MORRA SORTE, MORRA...

OBVIEDADES

SE TEM LUZ

TEM SOMBRA

PERPLEXO

OH, AH,OH

VIXI, NOSSA, PUXA

UAU,PORRA, CACETE

CARACA, JESUS MARIA JOSÉ

TUDO EU!

SUBI AS PROFUNDEZAS

CORRI PARA DESCANSAR

DESPI MINHA NUDEZ

ENXERGUEI O MEU OLHAR

PALAVRÃO

EU GOSTO DE PALAVRÃO

NÃO SÃO PALAVRAS GRANDES

SÃO CHULAS, SUJAS E NOJENTAS

DESLOCADAS NÃO SÃO NADA

NO CONTEXTO SÃO TUDO

EU GOSTO DE PALAVRÃO